Thursday, March 22, 2007

musica mais q trist

ventre


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staged in citac, directed by pedro bastos

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Wednesday, March 21, 2007

citac tic tac


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documentário crono-afectivo das actividades do citac de 1997 a 2001
musica de www.insine.net
21' minidv, hi8, digital8

Thursday, March 15, 2007

you get the picture - right - v 2.0

direct link (if streaming above fails)
you get the picture - 14'40'' (hi8/dig8)

the leit motif for it all was to produce a problem for then solving it. no cheating allowed.
so i turned my normal method of shooting all the way around: in spite of choosing the colours in the camera and the effects on the computer i did exactly the opposite. i tried to get advantage of an effect that i particularly dislike (posterize).
and then the thing was to produce a video dance short feature film. so the first thing was: “the actor/dancer doesn’t move!” so the camera does. then the camera doesn’t move, so the focus does. and so on… in the end, i was out of ways to escape, because had built my prison this way. so the escape was carlos bica’s song with ana brandão on the vocals “carlos”. it expresses what i’ve been trying to do during the whole film. a story about a shapeshifting person. it shapes into many things and we forget that there is a body in front of us, and sometimes… there it is, but then again, there is not.

when i screened the movie for the first time, i thought the better thing was to have a triple parallel projection in r g b. as i don’t like green colour, it would be red greyscale and blue. so every movie would be black, white and one colour (be it red, blue or grey) and they could deal with the same story in different way, mostly because of the colour. and they could dialogue. once red (at the left) is silent, blue (at the right )starts to sound. grey is everytime emitting little sounds.
but that doesn’t kill the possibility of seeing each one in separate.

poster



technical data
script - sal.
cameras - paula fuente & sal.
music - sal. + carlos bica e ana brandão
year 2002, april
duration 14'40”
colour black + white + red

Tuesday, March 06, 2007

soundless music


with joana cardoso [www.joanacardoso.com]


with nadia + joana araujo

ela nada - 35 mm study


from the garbage bin

coty cream

tell her tonight - study

Monday, March 05, 2007

entrevista 08.2006

sal., UM MITO PROVINCIANO



A sua arte é um combate, a sua arma a transdisciplinaridade. Agitando a bandeira da escatologia – entre o divino e o detrito –, sal. aterroriza curadores e galeristas, eleva a província a berço da subversão e alimenta-se de um pão que é amassado muito para além do bem e do mal.

Joana Lima: sal. é o nome pelo qual te dás a conhecer. É algum epíteto de pureza na cena artística nacional?
sal.: O nome nasceu acidentalmente. Numa noite, ao assinar um texto, um gatafunho com o qual assinei assemelhava-se a "sal.". Desde aí assim ficou. Ao assinar assim os trabalhos, foi a forma como me começaram a chamar também.
JL: Deve deduzir-se daí que te interessa mais a forma do que o conceito? Ou a forma é o próprio conceito da tua arte?
sal.: Ainda que dependa bastante dos trabalhos, a forma normalmente é delegada para segundo plano. Tenho um não-método punk que me faz pôr a urgência dos conteúdos muitas das vezes à frente da maneira como são apresentados. E se sempre me interessa o conceito, o contrário nem sempre é certo
JL: Fotografia, videoart, cinema, poesia, teatro, música: os teus projectos abarcam diversas áreas. Esta multidisciplinaridade relaciona-se com diletância, com liberdade, ou com urgência?
sal.: Penso que com todas. A ideia de transdiciplinariedade ou multidisciplinariedade permite-me que possa escolher a maneira mais "certa" para focar o que quero sem que me prenda a uma delas. Nesse caso, sim é libertário, é uma escolha. É uma forma de não me cansar das coisas, aliado a que certas ideias se expressam melhor em texto e outras são mais interessantes de ser ditas em cinema ou por sons.
JL: A tua estética transpira intimidade. É a nudez e a transfiguração da tua imagem noutros corpos o caminho para a atingir? Pretendes atingi-la?
sal.: Neste momento até estou com um projecto que é exactamente vários corpos se tornarem no meu, numa caricatura feita apenas por umas barbas postiças. Desde sempre trabalhei o corpo, porque na realidade é o único que temos. Dessa forma, centrei o meu trabalho fotográfico e de cinema num antropomorfismo, de forma a ele também poder ter corpo. Por outro lado, acredito que só despindo-nos de certas coisas podemos falar de outras. O que quero é em primeiro que o meu trabalho seja livre. E, em segundo plano, que eu o seja.
JL: Por outro lado a música que crias, denotadamente noise, é suficientemente caótica para se poder desvendar um sal. que apela à desconstrução. A unidade que consegues na fotografia e o niilismo dos eps que tens editado pela Test Tube e MiMi Records, e agora no teu novo projecto Monstars, é uma dualidade propositada?
sal.: Eu não sei se diria caótica. E muito menos niilista. Não consigo dissociar o método ou a ausência deste, detesto o conceito de método, que uso na música e no resto. Penso que a música sofre de estigmas os quais à força têm de ser eliminados. O facto de eu fazer noise ou o que lhe queiram chamar incomodar algumas pessoas não deixa de fazer com que maior parte da música me incomode a mim. Em Finlandês noise e som é uma e a mesma coisa: ääni. E não considero que faça música, muito menos que seja um músico. Construo sons e algumas articulações entre eles.
JL: E o que é te incomoda?
sal.: O que me incomoda, e não só na música, é a mania de quererem tudo polindinho, tudo certo, tudo previsível; as pessoas estarem fechadas ao imprevisto e terem já à partida noções do que é bom/mau; a própria dualidade que as pessoas fazem entre o bom e mau. Se calhar muitas das coisas estão bem fora deste parâmetro
JL: E é fora dessas pré concepções que tu preferes ficar?
sal.: É, porque me permite ter uma relação nova e salutar com as coisas. Logicamente que, por estímulos sociais, estar fora disso implica uma luta. É uma das que travo.

JL: Escolheste Coimbra para viver. Foi um acaso ou está subjacente a essa escolha uma luta pela validação da cultura na província?
sal.: Eu acabo sempre por estar em vários sítios. E tenho estar o mais fora possível das cidades de Lisboa e Porto, porque há muita concentração de coisas e desrespeito pelas pessoas. Neste último mês estive em Coimbra, Leiria, Viseu, Montemor-o-Velho e Vila Nova de Milfontes. As colaborações que faço permitem-me estar em mobilidade, o que me faz com que não esteja muito tempo no mesmo sítio. Prefiro assim.
JL: Como é que percepcionas a recepção das tuas obras pelo público em Lisboa e no Porto? Trabalhas com a nudez e com o ego, isso decerto será polémico.
sal.: A mim continua a preocupar-me o facto de um pénis chocar, e a corrupção, a falta de valores, coisas como a história de Natascha Kampusch ou Guantanamo Bay não chocarem. Portanto, se me cheira a hipocrisia, tenho o problema em parte resolvido. O que é certo é que não o faço por necessidade de choque. Faço-o por uma escolha. E não penso que os corpos choquem tanto assim, já. Os meus trabalhos mais choque serão as colaborações com o Pedro Bastos, em teatro, porque são trabalhos mais viscerais e mais de confronto, mais directos.
JL: A recusa institucional do teu trabalho e o início de um culto underground em torno da tua pessoa parecem-te sinónimos de subversão?
sal.: Espero bem que sim. Não sinto que muito do meu trabalho pactue com poderes instituídos. Vejo o meu trabalho como o de um padeiro, onde com poucos elementos tento fazer algo que possa chegar ao máximo de pessoas e que lhes possa saber bem. Aliás, neste momento, e desde que trabalhei com a Mimi Oka e Doug Fitch [www.orph.us] que estou a terminar uns ensaios chamados Bread Time Stories sobre a figura do pão.
JL: O teu próximo filme envolverá pão e política. É um delírio daliniano ou existe uma consciência social como motor?
sal.: O pão, para mim, é o símbolo máximo de arte. Também pode significar um murro ("levar um pão”), que é o que muitos artistas sabem o que é e pode significar à pressão ("à papo-seco"), de forma que pode ter inclusive várias leituras. A mim, interessa-me, mais que dar respostas, fazer perguntas. Se a pergunta agita e a resposta acalma, então prefiro fazer e que me façam perguntas.


Joana maria
08.2006